Conheça as 3 principais técnicas psicanalíticas
A psicanálise é um sistema investigativo do funcionamento da mente humana que busca identificar desordens psíquicas que causam sofrimento, ou seja, provenientes da psique humana. Para tanto, Freud evolui em seu método de abordagem: abandona a terapêutica pela catarse hipnótica e adota novas técnicas psicanalíticas.
No artigo de hoje, vamos conhecer as três principais técnicas psicanalíticas e como podem ser empregadas durante a avaliação e o tratamento dos pacientes. Continue conosco!
1. Método de livre associação
No princípio fundamental “tornar consciente o inconsciente” encontra-se a regra fundamental para o paciente, que é conhecida como método de livre associação: o meio privilegiado de análise e investigação do inconsciente.
Este método veio para substituir o antigo catártico e, desde então, tornou-se regra no tratamento psicanalítico. Nele, o paciente deve externar todos os seus sentimentos, pensamentos, ideias e emoções, sem restrições, mesmo que lhe pareçam inconvenientes ou sem interesse.
Essas associações podem ter como gatilho uma palavra, elementos de sonhos ou quaisquer objetos de um pensamento espontâneo, por exemplo. A submissão a essa regra fundamental permite o afloramento de representações inconscientes, além de ativar o mecanismo de resistência.
Aplicação prática da técnica
O método de livre associação já deve ser aplicado com o paciente deitado sob o divã, e o analista fora do seu campo de visão.
Essa espécie de “ritual de passagem”, quando o paciente sai do atendimento frente a frente para o divã, é uma espécie de marca simbólica do início do trabalho proposto, implicando, por sua vez, seu comprometimento com a regra fundamental.
2. Atenção flutuante
Se o método de livre associação é a regra fundamental do paciente, Freud cria a regra fundamental do analista: a atenção flutuante.
Essa regra técnica tem como objetivo conhecer e dominar o contador, pois somente assim o analista terá um ambiente favorável à análise ao longo do tempo. Basicamente, a regra guia os analistas a não privilegiarem objetos ou elementos particulares apresentados no discurso analisado.
Em seu texto, Freud pontua sobre a necessidade de prestar a mesma atenção fluente a tudo o que se escuta durante o método da livre associação, sem aplicação dos pré-julgamentos conscientes e das defesas inconscientes do próprio analista.
Aplicação prática da técnica
Freud chama a atenção para a importância da adoção da “postura de cirurgião”, garantindo a distância relativa necessária do analisado para identificar e tratar com êxito. Afetos pessoais devem ser evitados, e as análises devem ser feitas apenas com base nas conversas obtidas. Por fim, é importante ainda que o terapeuta se divida em um observador racional e em outro irracional, existencial, durante a avaliação.
3. Contratransferência
Com a atenção flutuante, o analista atua com a sua compreensão, mas somente até onde lhe permitem seus próprios complexos e resistências. Por isso, Freud pontua a importância da contratransferência, ou seja, a análise prévia do psicanalista, para o sucesso do tratamento.
Em linhas gerais, para Freud, a contratransferência era um “jeito errado de amar o analisado” — reações afetivas conscientes ou inconscientes — que poderia colocar em risco a efetividade da análise.
Portanto, o analista deveria estar atento às resistências e aos conflitos que poderiam surgir decorrentes do seu próprio inconsciente e, por meio do autoexame, perceber a existência de tais conflitos, conhecer sua natureza e eliminar suas consequências adversas.
Aplicação prática da técnica
Para evitar os efeitos negativos da contratransferência, é importante trabalhar em três pontos: autoanálise, análise didática e supervisão.
Para suportar até mesmo os sentimentos mais desagradáveis, é imprescindível que o analista conheça como ninguém a si mesmo e a seus próprios limites, sempre com a supervisão necessária de seu trabalho para não sofrer tantas interferências e análise pessoal.
Como pudemos perceber, nas técnicas psicanalíticas, analista e paciente precisam cumprir regras fundamentais claras para o sucesso do tratamento.
Enquanto o paciente deve se desprender do seu mecanismo de resistência, o analista precisa se ver constantemente envolto em empatia no processo psicológico do paciente, vivenciando uma micro e uma macroanálise da expressão e do movimento mental para compreender tanto os aspectos do paciente quanto a própria interferência que pode acontecer, buscando minimizar seus efeitos negativos para alcançar as interpretações adequadas.
E você, tem outras dúvidas sobre as técnicas psicanalíticas? Deixe seu comentário!
às
Sem dúvidas
às
Muito interessante
às
Olá, faço psicanálise, muito bom esse artigo gostaria de receber mais. Bom, final de semana
às
SUCINTO, AGRADÁVEL, OBJETIVO E ESCLARECEDOR.
PARABÉNS…ESTOU DE OLHO…
às
Obrigada tenho aprendido muito com voces. um abraço